(Foto: Nazareno flickr.com/photos/naza/293025954/)

De um corpo largado no canto
Sem chama.
Sem cobertor,
Sem outro corpo aquecido.
O tirano pesadelo submundo
Insólito e insípido
Inflamável e estúpido
Com agulhas, cateteres e navalhas.
O descanso aqui inscrito
Prossegue hibernável e divino,
Sinalizado por lápides e mármores frios.
Prossegue tênue
Amarrado à vida por um barbante.
E, no céu,
Minha consciência flutua,
Tipo pipa de menino,
Com rabiola colorida e vento,
E muito vento...
Angelo A. P. Nascimento
(2002)
6 comentários:
Que bonito!
Também sigo sem calor nem cobertor...
Blog, legal...legal mesmo demais. Sigo sem calor, sem cobertor,sem tempo..ando sem tempo, lenço,documento...
=D
seu moço, grato pela indicação do meu canto. minha meta é atualizar essa parada feito você. boa semana.
Poesia flutuante... Ótima para ser lida ouvindo "Drown Out - Glen Hansard & Marketa Irglova!
Um abraço, Sr. Pâncreas!
;)
Os pássaros voam alto. Mas estão sempre perto de nós.
Assim como eles, prefiro viver não muito alto, mas sempre longe.
Dessa terra que jorra amargura mas ainda se encontram doces em inesperados cantos.
Abraço grande!
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