sexta-feira, 27 de fevereiro de 2009

Revendo a vida!

Postar minhas idéias aqui tem sido uma catarse. Embora haja textos que deponham sobre o meu presente, a idéia principal de construir esse blog é a de expor coisas que escrevi em outros tempos. Nesse processo, tenho conseguido reunir anotações de capas de caderno, de rascunhos de escola e faculdade, de agendas e de outros papéis avulsos que rabisquei e guardei meio que intencionalmente.
É interessante juntar esses “pedaços” de mim mesmo e perceber que muitas coisas se transformaram beneficamente. Percebo ainda que outros aspectos persistem firmes, como que cristalizados e merecem um repaginação, para que eu possa seguir tranqüilo. Esses entraves explicam muito de mim hoje, minhas limitações e angústias pessoais.
Uma parte de mim resiste a continuar mostrando minhas imaturidades de hoje e de outrora, mas uma outra parte simplesmente agradece por poder sair e se exercitar pelo mundo.
Hoje é simplesmente um dia similar a outros, mas também achei isso quando escrevi minhas passagens em tantos outros momentos. Pelo fato de vasculhar minha vida em busca de respostas, achei minha agenda de 2000. Está lá ela, aparentemente cheia de dias comuns como o de hoje. Apenas aparentemente, porque rever tudo faz com que os passados dias adquiram uma confortável certeza de singularidade.
Encontrei no misto das palavras de José Ortega Y Gasset e de Ibrahim César um trecho que descreve algo próximo de meus sentimentos atuais:
“’Eu sou eu porque sou, antes de tudo, essência. E uno, único, indivisível. Posso ser copiado, imitado, mas não duplicado em mente e alma. Sou o resultado de meus pais, meus avós, meus ancestrais, todos vivendo dentro de mim e ao mesmo tempo agora. Sou também fruto das ‘circunstâncias’, do imponderável, do ambiente. Das pessoas que me cercam, das com quem me relaciono, das que me dão ouvidos e das que me dão palavras. Daquelas que ao me encontrarem levam um pouco de mim e deixam um pouco de si. Que me depuram, que me lapidam, que me transformam. Mas é certo que são “minhas” circunstâncias, posto que posso elegê-las.
“Eu sou eu e minha circunstância e se não a salvo, não salvo a mim mesmo”.
Na expressão completa existe o descobrimento de si, o homem contemplador, e a clara percepção da vida que exige as nossas ações, pois o mundo gira e, queiramos nós ou não, somos parte da engrenagem do universo. Define-se o caráter do homem atuante em torno de si próprio.
Nunca concluso em absoluto, sempre me dando a chance de reformular minha estrutura, acho que estamos fadados a ser observadores de nós mesmos para aprender com os erros e melhorar os acertos. E isso não é bom nem ruim, apenas faz parte da existência.
Agora revalorizo meus dias.

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