domingo, 30 de setembro de 2012

Desconhecido Reflexo




Sendo
Venho hoje
Escrever o proibitivo
O amor vernáculo escondido
As desventuras de olhar-te
E não ter-te comigo

Sendo este que não sou
Procuro por mim
Embaixo da cama
Nas gavetas da cozinha
Entre os papéis da escrivaninha
No espelho
Desconhecido reflexo

Sendo quem não sou
Apenas sendo
Esse estranho dolorido
Eu fingido
Talvez eu seja
Quem tu reconheces
Deixando passar despercebido.

[Inventaram-me, mas eu não mais me cabia
Restara o vazio do que tinha sido
Somado à estranheza do que me tornei]

Angelo Augusto Paula do Nascimento

4 comentários:

Charlote Rezzani disse...

Incrível como me identifico com o que você escreve!
Parabéns Professor, tens um grande talento! :)

Paulo Roberto Figueiredo Braccini - Bratz disse...

todos nós temos um pouco disto ... ou não ...

belíssimo ...

bejão

Poeta da Colina disse...

Não encontre quem te imaginou primeiro.

Joice Almeida disse...

Ahh por que será que me encanto ainda mais com os teus poemas? Deve ser porque é comum ao que tem no fundo do meu pâncreas.

Beijo querido

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