Recolhi alguns fragmentos sobre amores que tive e não tive, em meio aos cadernos, pedaços de guardanapo e folhas avulsas que tenho guardados. Fica a colcha de retalhos, ou será que ficam os retalhos que o amor fatiou?
Abraço a todos que vêm por aqui.
Ou um colosso vivo
É um menino pequenino
Dividido entre partir e ficar
Entre criar raízes ou peregrinar.
Mas não faça mais do meu amor
Essa sinonímia solidão
Não entornes pelo chão
Mais uma vez o meu coração.
O meu amor...
Vou guardá-lo numa caixa
Longe dos teus cartões,
Das tuas lembranças,
Das tuas cartas.
Vou fechar com laços
Onde eu possa nunca tê-lo
Com cheiro de guardado.
O meu amor sofre a cada minuto
Que sonolento cambaleia flácido
Adormecendo pálido no frio chão do meu quarto.
Ele não responde aos meus berros
Não há mais quem receba os seus afetos
Borra-se a imagem de minhas carnes
O dois um dia fez-se um
O um agora fez-se metade.
Acabou-se a alegria
Agora caminha caquético
Choraminga velhos momentos
E, a míngua, sofre ataques esquizofrênicos.
Angelo A. P. Nascimento
(17 de maio de 2001)
6 comentários:
não guardo mais os meus retalhos ... optei deliberadamente por viver o aqui e agora ...
mas enfim ...
bjux
;-)
Angelo,
o que fica é uma grande colcha de memórias de insistências. os retalhos servem para custurar as vivências e resgatar como foi que nos tecemos,
beijos
O amor não é um bicho de 7 cabeças... E sim o ser humano complexo demais pra entender algo tão simples, faz dele algo bem mais complexo...
Abração...
Muito bom, porém muito triste. abaixo! ops abraços!
De uma forma de outra, o Chico tem Buarque sempre tem razão:
"...o amor não tem pressa
ele pode esperar
em silêncio
num fundo de armário
na posta restante
milênios, milênios no ar..."
Retalhos? É sempre o mesmo amor, o sentimento que você sente e o transmite a alguém. É puro, é teu. Inteiro. Tão inteiro que o poema é um só, não há retalhos.
Beijos.
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