quarta-feira, 6 de outubro de 2010

Colcha de retalhos de desamor

Recolhi alguns fragmentos sobre amores que tive e não tive, em meio aos cadernos, pedaços de guardanapo e folhas avulsas que tenho guardados. Fica a colcha de retalhos, ou será que ficam os retalhos que o amor fatiou?
Abraço a todos que vêm por aqui.


O meu amor já não é mais algum gigante invencível
Ou um colosso vivo
É um menino pequenino
Dividido entre partir e ficar
Entre criar raízes ou peregrinar.

Mas não faça mais do meu amor
Essa sinonímia solidão
Não entornes pelo chão
Mais uma vez o meu coração.

O meu amor...
Vou guardá-lo numa caixa
Longe dos teus cartões,
Das tuas lembranças,
Das tuas cartas.
Vou fechar com laços
Onde eu possa nunca tê-lo
Com cheiro de guardado.

O meu amor sofre a cada minuto
Que sonolento cambaleia flácido
Adormecendo pálido no frio chão do meu quarto.
Ele não responde aos meus berros
Não há mais quem receba os seus afetos
Borra-se a imagem de minhas carnes
O dois um dia fez-se um
O um agora fez-se metade.

Acabou-se a alegria
Agora caminha caquético
Choraminga velhos momentos
E, a míngua, sofre ataques esquizofrênicos.

Angelo A. P. Nascimento
(17 de maio de 2001)

6 comentários:

Paulo Roberto Figueiredo Braccini - Bratz disse...

não guardo mais os meus retalhos ... optei deliberadamente por viver o aqui e agora ...

mas enfim ...

bjux

;-)

Pâmela Grassi disse...

Angelo,

o que fica é uma grande colcha de memórias de insistências. os retalhos servem para custurar as vivências e resgatar como foi que nos tecemos,

beijos

SexyMachine disse...

O amor não é um bicho de 7 cabeças... E sim o ser humano complexo demais pra entender algo tão simples, faz dele algo bem mais complexo...

Abração...

Átila Goyaz disse...

Muito bom, porém muito triste. abaixo! ops abraços!

Anônimo disse...

De uma forma de outra, o Chico tem Buarque sempre tem razão:

"...o amor não tem pressa
ele pode esperar
em silêncio
num fundo de armário
na posta restante
milênios, milênios no ar..."

s a u l o t a v e i r a disse...

Retalhos? É sempre o mesmo amor, o sentimento que você sente e o transmite a alguém. É puro, é teu. Inteiro. Tão inteiro que o poema é um só, não há retalhos.

Beijos.

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