sexta-feira, 30 de setembro de 2011

Desejos retorcidos



Destroça-me a fé
Caído em sonhos
Prantos
Orações.

Sinto a dor do que deixei
Carrego o peso de ter conseguido
Chegar ao fim daquilo que julgava infindável.

Desculpe-me as humanidades
Os desejos retorcidos em atos
Lamento não estar aqui.

Angelo Augusto Paula do Nascimento

segunda-feira, 26 de setembro de 2011

Estranheza


Por que tão triste o dia
Sem graça
Sem melodia?

Saio a caminhar
Ondas que insistem
Em quebrar
Casais se declarando
E eu a questionar
Por que a beleza
De toda essa estranheza
Que não para de entrar...

Angelo Augusto Paula do Nascimento

sábado, 24 de setembro de 2011

Passará



Olha, amor
Parece que já vai escurecer
E eu não sei
Mais nada que venha de você
Tudo parece tão simples
Desamar
E começar a esquecer

Sinto que a noite
Vem e invade

Triste é remexer
Contorcer-se de saudade
Já me despedi tantas vezes
Que meu coração anda cansado
Desse incompleto querer

Passará
E os poemas
Continuarão a sangrar
Até não mais restar

E serei só eu
Em paz com a solidão.

Angelo Augusto Paula do Nascimento

quarta-feira, 21 de setembro de 2011

Esse é o desencanto do amor


Simples assim
Não há mais
Não há nada
E tudo se espalha pelo chão
Meu coração foi
Então
O seu lugar mais quente
E sentir assim
Pena
Por você, por mim

Olho o céu
Estrelas a cair
E minha pele salpicada de luminosidades
Apenas afunda na grama
Abandonando todas as flores
Cheiro de mato e caracóis

Enterro-me
Tranquilo
Ressentido
Firme
E não tão forte

Mas eu não sei dizer adeus
E jamais voltaremos a pendurar nossos sonhos em varais
E não haverá problemas ou amenidades diárias
Que possam sem contadas
E isso dói
Como se inteligível fosse  a forma de ser humana

Esse amor praticável,
Meu bem,
Foi-se embora com o dilentantismo
De tuas risadas que ousadas
Agasalhavam-se em minhas orelhas
Para nunca mais esfriar.

Perdi, amor, tudo aquilo que era tão nosso
E lamento
Lamento
Pois já não há meio
Já não há mais fim
E atodoardo
Tendo desistido de mim
Sobrevivo da pérfida esperança
De nossos caminhos sorrirem novamente.

Fico apenas com pernas soltas em sacadas
Com redes nas varanda
E suas promessas vagas.

E do que tenho certeza
Você me roubou todas elas
Ainda somos dois meninos
Sentados
Pés soltos no espaço
Escutando o mar que sussurrava
As preces do que seria para sempre.

E somos todos passarinhos..
Lute por sua liberdade
Eu luto todos os dias contra mim...
Não fale mais o meu nome
Eu posso ouvir daqui.

Eu me conformo
Nunca escreverei o que você quer escutar
Fui tomado pelo analfabetismo funcional
Não sei mais ler uma linha do seu corpo
Dos seus movimentos
De sua  graça
Serei sempre as pernas encolhidas e banhadas de lágrimas
Ainda que elas não caiam

Esse é o desencanto do amor...

Angelo A. P. Nascimento
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