Me conta do fim
Das palavras que sangraram
Conta de novo
Quero escutar tudo que perdi
Enquanto parado
Não acreditava
Nas coisas que abandonávamos aqui
Não, não há compreensão
Pela sala procuro os controles
Do remoto sentimento
Que se dilui
Sem cheiro
Gosto
Ou qualquer sintoma de erro
E tudo chove
Desmancham-se as tintas
Lembranças coloridas
E de braços bem abertos
Afasto o mundo em volta
Tudo se rarefaz
Contra a minha vontade
E meu único medo
É esquecer
Que um dia tive tanto amor
Por viver tanto esse desoferecer.
Angelo Augusto Paula do Nascimento
7 comentários:
Ilusão e pretensão pensarmos que acharíamos tais controles, néam, Angelo? Se existirem jamais estarão nas nossas mãos, jamais.
Adoro sentimentos derramados e são lindos os teus.
Um beijo.
Obrigado, Luna, por sua constante presença e comentários tão cheios de vida. bjs
O amor é um lugar mais profundo do que a memória.
O reverso do verso. Do gosto ao desgosto. O fim do caminho.
O começo é sempre belo e estonteante. Mas como a aposta é sempre grande, o final aos céus pertence e que seja eterno enquanto dure. A energia final nunca é contada, mas é sentida avassaloramente doída.
Dê uma olhada neste, Ângelo: http://campoinsolito.blogspot.com/2011/10/de-corpo-e-alma.html
Teu poema me remeteu a ele.
Disse tudo, Ju... avassalador e doído. Pq td poeta tem que ser triste?
bjs
Tenho certeza disso, Poeta da Colina. O amor é muito mais profundo... Abração
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