sábado, 18 de junho de 2011

E se não digo adeus



Dentro de minha confusão
O tempo passa rápido
Como se toda força
Que disso resultasse
Arrastasse o sentido
Das palavras
Dos sinônimos
Das coisas ditas
E engolidas com alguma bebida

Respiro
Tonto de revolta
E doído pelas coisas
Que não foram
Ou pelas que se foram
Sem serem vividas
Enquanto que lá embaixo
Guarda-se o rol
De besteiras todas
Tem sopa de letras
Cartões e asneiras
E uma lista de filmes
Que não veríamos mesmo
Nessa vida

Para debaixo do tapete
Tudo volta
Soprado pelo vento
Que passa por essa porta aberta
Tudo se recolhe
À escuridão de nossas vistas
 
E se não digo adeus
É por que você se perdeu
E eu fui apenas ali comprar cigarros.

Angelo A. P. Nascimento

Um comentário:

Ricardo Cambraia disse...

tem coisas que ficam travadas na garganta! um travo louco! ácido , talvez! abraços

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