domingo, 31 de maio de 2009

Como esquecer um amor inesquecível em vinte e dois passos

Parece que o mundo enlouqueceu nas últimas semanas! Tanta coisa vem acontecendo com tantos ao meu redor, mas uma coisa me chamou a atenção: aumentou o número de colegas que estão sofrendo de amor!
São verdadeiros depoimentos de dores indescritíveis que não passam, de juras (frágeis juras) sobre nunca mais amar, de solteirices convictas e de vantagens do novo estado civil. É interessante observar como cada pessoa reage de uma forma e poder confrontar com meus respectivos momentos passados guardados no fundo do meu pâncreas. Pensando nisso, procurei no meus antigos cadernos algo que eu tenha escrito para lidar com essa frustração, com essa desesperança, e juntei com uma foto do céu de Sampa (março de 2009) para fazer esse post sobre o que aparentemente é um fim.
Como já falei, esse blog é terapêutico, pois me põe frente a frente com coisas que escrevi em épocas outras e me permite uma releitura. Muito bacana perceber que também já lidei com essas perdas e saí vitorioso.
Pensando nos amigos que experimentam isso agora, listei dicas experientes para esquecer um amor inesquecível. Algo como "Esqueça um amor inesquecível em vinte e dois passos". Veja que algumas medidas são de natureza imediata, outras são mais tardias. Ordene conforme a necessidade. Estou aqui para maiores esclarecimentos. Sorte a todos. Força, sempre!
  1. Chore bem muito! Até secar!
  2. Queime todos o cartões e fotos. Não se faça de doido e apague também aquelas da pasta do pc que você está fingindo que não lembrou;
  3. Compre um litro de sua delícia etílica preferida. Se você gostar de cerveja, compre uma grade. Tome um porre com força (esconda o celular para não dar um show telefônico de madrugada!);
  4. Escreva o nome da criatura sem futuro em um folha do tipo ofício, frente e verso. Em seguida, rasgue bem picadinho, suba num prédio e jogue (o papel picado, não você!!!!!);
  5. Fale mal, bem muito mal, mas só para um ouvido confiável ou para um amigo mudo, de modo que não saia dali. Se você não tiver um amigo confiável ou um amigo mudo, dê um porre violento no amigo menos desconfiável que ele não lembrará de nada ao se recobrar;
  6. Ponha no msn frases bem xexelentas sobre como é bom ser solteiro (As músicas de Latino tem umas assim);
  7. Sabe aquele amigo bem desligado que não entra no msn e não viu sua frase de aviso prévio? Pois é, você vai encontrá-lo e não tem como evitar a infame pergunta ao fim do cumprimento: "Cadê fulano (a)?" Haja com parcimônia e não desfie um rosário de sua "trajetória de dor e sofrimento" para a coitada e desinformada pessoa. Apenas faça de conta que não escutou. Se ela insistir na pergunta, diga que terminou. Se ela perguntar por que, mande ela dar uma volta. Se continuar pentelhando, goze do direito momentâneo que a condição de rejeitado lhe dá de ser grosseiro;
  8. Escolha uma música para ser trilha sonora desse momento pouco auspicioso;
  9. Não caia na tentação de escolher "Detalhes" ou "Amor perfeito". São duas opções suicidas;
  10. Tome outro porre, agora com trilha sonora;
  11. Não que tomar só? Bote a trilha sonora, dê um outro porre naquele amigo e fale mal de novo;
  12. Faça uma lista dos defeitos que você não suportava e que, graças a Deus, você não vai precisar continuar a conviver (tipo arrotar, palitar os dentes em público, cochilar e babar no seu travesseiro, calcinha ou cueca no chuveiro...);
  13. Saia para uma balada (uma em que ele(a) não vá, por favor!) e passe o rodo!
  14. Ele(a) está lá? Coloque em prática o plano número dois: tome um porre e passe o rodo!
  15. Escreva bem muito para colocar para fora, mesmo que você rasgue depois;
  16. Viaje;
  17. Conheça gente nova;
  18. Construa novas lembranças;
  19. Tire novas fotos;
  20. Perceba-se sorrindo;
  21. Escute a dita música e tome outro porre!
  22. Ocupe-se produtivamente.

Caso, ao fim de tudo, você perceba que não passou a danada da agonia, apenas aceite que não existe um botão "liga-e-desliga" para os sentimentos. Recupere as forças e veja que não há outra opção além de seguir em frente. Toda essa dor vai se diluir ao longo do tempo e você vai sair dessa. Acredite: a vida é cheia de possibilidades e sempre existirão novos amores para serem vividos.

Recomendação máxima: me chamem para o porre!

Descasca a lua,

Retira a pele do céu,

Vê meu corpo que sangra,

Que tinge de tristeza as tardes senis.

Vê, lá longe,
Um barco que apenas vaga,
Existe no céu uma estrela
Que de nada adianta
E nada tem a acrescentar.
Retira as vestes da abóbada celeste,
Deixa a minha dor subir
E, devagar,
Evaporar...
Angelo A. P. Nascimento
(1997)


sábado, 23 de maio de 2009

Seis coisas que odeiam em mim (a toa)

Estava eu, um dia desses, a conversar com amigos que falavam sobre “defeitos”. Ao cair na berlinda, foi-se o meu rol de características, digamos assim, pouco positivas (é menos agressivo!). Claro que voltei para casa e passei uns dias encucado com isso, inclusive lembrando de outras conversas já tidas com outros amigos. E então, para me conhecer melhor, passei uma lista no trabalho de “10 coisas que eu odeio em Angelo” (não deu dez! Ufa!).

Ficam essas, para que a reflexão seja pública!

1 - Complicado e perfeitinho

  • Tem música com essa temática, então não sou o único! E não sou perfeito, pois tenho minhas limitações também. Por exemplo, não sei beijar e dançar ao mesmo tempo ou beber água e andar simultaneamente!

2 - Radical

  • Faça de conta que eu sou um esporte com muita emoção e fica mais fácil seguir!

3 - Reclamador

  • Não faça o que eu não gosto, que eu não reclamo (trato perfeito!).

4 - Humor negro

  • Isso é preconceito e dá cadeia. Ah! É inafiançável o crime.

5 - Mania de aperriar os outros

  • Não exista que eu não aperreio. Como você existe e reclama por que eu aperreio, eu aperreio mais ainda para você parar com essa mania feia de reclamar (viu, como não sou só eu?).

6 - Estou sempre certo

  • Bom, eu estudei! Quer aula particular? Faço precinho camarada...

Dedico esse post especialmente a André, Lelê, Anderson, Camilla, Madson, Leto, Waguinho e Allysson.


Certezas

Das certezas que levares,
Uma é a mais acertada:
Sobre a leveza dos momentos,
Sobre a alegria proporcionada,
Sobre a rotação dos planetas,
Sobre as mãos buscadas,
Sobre as músicas benditas,
Sobre as luzes apagadas,
Sobretudo
Sobre você,
Sobre mim sobre você.

Angelo A. P. Nascimento
(2002)

sábado, 16 de maio de 2009

Angústia

Pôr-do-sol em Uberlândia - março de 2009


Que o amor seja sempre guia

Que a alegria que talvez se encerre agora apenas adormeça

Que seus olhos ainda me reluzam no meio da noite

Que nossa espera morra diferentemente em cada janela

Que essa angústia vire a paz que tanto merecemos

Que a vida seja sempre passível de revê-la

Que toda e qualquer lágrima nossa brilhe no céu

E vire uma estrela.

(Te amo)


Angelo A. P. Nascimento
(2003)

O ponteiro dos segundos

Sim,
Estava bem ali,
Olhando fixamente
A fera para mim,
Avançando severa,
Cada vez mais perto,
Faminta,
Hedionda.
Cerro os punhos,
Defesa inócua,
Me devora então
O ponteiro dos segundos...

Angelo A. P. Nascimento
(15 de abril de 2000)

O momento de contrariar o mundo

A vida nos exige tanto e sempre e tanto. Penso no momento em que acordaremos com aquela consciência que não há peso em seguir em frente. Penso que um dia teremos nosso dia em que magicamente iremos contrariar as expectativas do mundo.
Interessante que não se trata de ser descoberto pelo próximo, mas de permitir-se descobrir, num processo de se abrir para si mesmo e se olhar inteiro, como um milagre, que não precisa de legendas.
Ali reside apenas a simplicidade de ser o que se é, por obra de um amor criador.
Nesse momento, somos a própria imagem da fé, somos nosso próprio milagre, somos superação.
Por problemas no blogspot, não consegui postar o vídeo de Susan Boyle, mas vale a pena conferi-lo no link abaixo e entender melhor o que quero dizer:

Continuemos a correr com a vida,
Como animais sendo tangidos para frente
Sempre.
Continuemos esse ritmo,
Como se um pedaço nosso sempre faltasse,
Como se houvesse infinitas provas a serem vencidas,
Como se nunca fosse o bastante,
Como se nunca houvesse direito de remanso.

Continuemos com a vida,
Minhas caras locomotivas...
(Angelo A. P. Nascimento)

domingo, 10 de maio de 2009

Homem

Homem,
Ora,
Não sou tatu,
Mas também preciso de buracos e armaduras,
Vez ou outra,
Quando a vida implica.

Sou homem feliz e triste,
Do mesmo tipo de outros que te rodeiam.

Tenho minhas rupturas,
Minhas suturas
E uma infindável vontade de viver.
(Ao teu lado)

Angelo A. P. Nascimento

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Recebi esse selo de um novo amigo, cujo blog sempre leio. Agradeço o carinho, Nobre Epígono. Que as palavras continuem amenizando os pesos dos sentimentos.


"Regras deste selo: Esse é o Troféu do Amigo! Esses blogs são extremamente charmosos. Esses blogueiros têm o objetivo de se achar e serem amigos. Eles não estão interessados em se auto promover. Nossa esperança é que quando os laços desse troféu são cortados ainda mais amizades sejam propagadas. Entregue esse troféu para oito blogueiros(as) que devem escolher oito outros blogueiros(as) e incluir esse texto junto com seu troféu!!!"Meu indicados são:

http://www.nobreepigono.blogspot.com/

http://www.ricardocambraia.blogspot.com/

http://www.lucenafilho.blogspot.com/

http://www.bichoesquisito.blogspot.com/

http://www.processoesxtatico.blogspot.com/

http://www.cricofelix.blogspot.com/


terça-feira, 5 de maio de 2009

Vazio de dia

Passei uma tarde contemplativo. Apenas me desliguei e notei coisas que se desapercebem com o acelerar da vida. Escutei “Wonderful Tonight”, por Eric Clapton e Mark Knopfler (obrigado pela dica, nobre Thiago d’Ávila) e fui inundado de simplicidades. Lembranças de segurança, de criança, de momentos que me deram a sensação de que a terra não gira tão impiedosamente.
Vi neblina na varanda.
Vi as plantas denunciando o vento, mesmo o tempo estando abafado.
Não, não havia livros em minhas mãos. Eu não li nada. Só continuei ali.
Vi como minha schnauzer me olha de maneira apaixonada.
Somente insisti em vê-la brincar aos meus pés, como seu eu fosse Deus a observar os humanos errarem inadvertidamente, para então colocá-la no colo, como a pegar uma criança, e sorri sem precisar de respostas.
Não tive inspirações, mas precisava escrever algo.
Escrevi esse vazio de dia e vi que não havia tantos espaços.
O mundo é até mais bonito se andamos devagar.
Queria tanto que, ao voltar ao meu ritmo natural, eu não esquecesse novamente como é não estar no automático, como é ter tempo de sentir coisas, como é ter tempo de receber amor.
E o mais estranho de tudo é que tanta gente que eu amo nem vai ter tempo de ler isso.
Mas eu as amo.

sábado, 2 de maio de 2009

Sopro

As letras são largos pesos amarrados a meus pés
E escorrem rotas pela minha boca
Fixando-se viscosas em qualquer superfície.
Meus dedos escrevem sobre as águas
Notícias de jornais vencidos,
Passados senis que se enroscam em meu pescoço,
Forçando meu descanso em meio ao nada.

E tenho medo...
Medo de cair e não encontrar as mãos
Que prometeram estar lá.

Tenho medo da solidão acompanhada,
De telefones que não toquem,
De portas que não abram,
De palavras que não falem.

Tenho medo de feridas que não fechem,
De corpos que não se encontrem,
De visgos e mal-entendidos.

Tenho medo de mim mesmo,
Da minha paralisia que se rompe brusca,
Da minha saliva que berra seca,
Dos graves e agudos das dores que latejam.

Tenho medo do frio que venha a me agasalhar,
Das velas que acendo nas ventanias,
Das letras e dos recortes que assombram a minha alma.

Tenho medo dos meus dedos soltos
Que escrevem coisas que em mim se eternizam
E nos outros
Simplesmente se apagam.
(Sopro...)

Angelo A. P. Nascimento

Adriana me canta.

Deixa eu te dizer o que Vinícius escreveu e o que Adriana canta,

Com a nula exclusividade das palavras,

Com o clichê da música,

Com a falta de originalidade da declaração,

Mas com a singularidade do que inexausto vivo.

Ps.: É seu cada acorde e cada sensação de fechar dos olhos.

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