domingo, 4 de março de 2012

O poema fiado no dorso


Repaginei toda e qualquer folha escrita
Por onde seus dedos passaram
Tontos de prosa
Atordoados de melodias

Redefini suas formas e rimas
Como se fosse possível
Ferir sua métrica
E o cavalgar
De suas sílabas poéticas

Então recitei-te
Como criança apaixonada
Cujo bilhete escondido
Foi entregue e arrependido

E continuei ali fitando
Com a perplexidade do primeiro amor
A mudança do seu corpo em letras
Que desfilaram por minhas linhas
Fiando poemas em meu dorso cansado

Angelo Augusto Paula do Nascimento

4 comentários:

Poeta da Colina disse...

Há palavras que mudam sem alterar seus objetivos. Não sabemos bem quando todas se voltam a ele, o amor.

Ira Buscacio disse...

Angelo! Difícil chegar aqui, pois não tinha seu link, mas cheguei e fico.
Poema feito de carne com as sobras da pele alfabética.
Maravilha!
Bj

Otávio M. Silva disse...

Oi Angelo, Bom estar por aqui, venho para divulgar minha volta aos poemas e me deparo com esse seu, muito bom, demonstra um domínio peculiar sobre a escrita.

Grande Beijo
F. Otávio M. Silva
Surfista de Banzeiro
http://www.surfistadebanzeiro.com/2012/04/e-se-eu-preferir-errar.html

Unknown disse...

Muito obrigado, Otávio! Abraços!

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