quinta-feira, 30 de junho de 2011

Desencanto

Escrevo canções
Recados e poemas
Escrevo versos sem sentido
Num alinhavado de desencanto e amor
Escrevo, escrevo, escrevo
Para você, apenas.

Angelo A. P. Nascimento


quarta-feira, 29 de junho de 2011

Revelia


E se não consigo dormir
É porque a noite é curta
A chuva é muita
E você
À revelia
Passeia dentro de mim.

Angelo A. P. Nascimento

domingo, 26 de junho de 2011

Pergunta da semana


"Se eu deitasse aqui
Se eu apenas deitasse aqui
Voce deitaria comigo e esqueceria do mundo?

Esquecer do que nos falam
Antes de ficarmos muito velhos"

Snow Patrol -Chasing Cars

sexta-feira, 24 de junho de 2011

Para você que tem medo de chuva

Sempre vê-se lá fora
Seu nome
Em pedaços e sílabas
No meio de outras palavras lidas
Sempre toca
A música que já foi nossa
Ou aquela que se tornou sua
Antes mesmo que você soubesse
Que alguém te amava sem poréns
Sempre não se entende
O porquê do que não se fala
E a mesma mágoa
Do que se falou
E não se esperava
Sempre se sabe
Que lá fora é bem mais selvagem
Que dentro de casa
Coleciona-se seguranças impagáveis
Mas que o colorido da tarde
Acaba-se substituído
Pela televisão
E pelos corantes
Do que se come
Comprado feito
Em qualquer mercado de bairro.

Sempre essa estanque
E suburbana emoção
Que tem medo de relâmpago
De ficar sozinho
E de ladrão
Que tem medo de amar
E acordar
Sem peito
Sem corpo
E morrendo de vontade
De gargalhar

Sempre me assombras lá fora
Logo a mim
Que mal sei rezar
E eu peço
E rogo
Em ladainha bem curta
Para o santo não entediar
Que me tire sempre
Toda a dor
Que viver possa causar
E que tudo aquilo que já doeu
Um destino possa dar
Por que eu tenho medo de chuva
De escuro
E cansei de tudo que não sei
E do que fui forçado a adivinhar...

Angelo A. P. Nascimento

segunda-feira, 20 de junho de 2011

Não sei se eu sinto ou faço sentido



Eu levo de novo
Tudo comigo
O beijo
O abraço
E o amor contido
Eu levo seu cheiro
No nariz escondido
Eu levo o que for
Mas eu me vou

Eu estou indo
Voltando pro nada
De onde de lá
Não olho seu riso
Eu vivo esse mundo
Preencho as lacunas
Com esses poemas
Bem mal ou bem lidos

Eu sei que o que eu falo
Só soa zumbido
A minha voz é
Esse ai sustenido
Assim, eu me vou
Conforme pedido
Me guardo nas colchas
Com música e suspiro
Um copo de leite
Um olhar perdido
Quem sabe eu consiga
Chorar um pouquinho

Eu já não me sei
Se sou o que foi
Se sou o que sou
Ou o que apenas foi visto
Não sei se eu sinto
Ou faço sentido
Só sei que agora
Eu vou embora...

Angelo A. P. Nascimento

domingo, 19 de junho de 2011

Para um domingo de chuva

Essa música foi escrita por Bob Dylan, mas a voz é de uma das cantoras que mais gosto. Domingo com chuva e Adele...
Abraços,

Angelo A. P. Nascimento

sábado, 18 de junho de 2011

E se não digo adeus



Dentro de minha confusão
O tempo passa rápido
Como se toda força
Que disso resultasse
Arrastasse o sentido
Das palavras
Dos sinônimos
Das coisas ditas
E engolidas com alguma bebida

Respiro
Tonto de revolta
E doído pelas coisas
Que não foram
Ou pelas que se foram
Sem serem vividas
Enquanto que lá embaixo
Guarda-se o rol
De besteiras todas
Tem sopa de letras
Cartões e asneiras
E uma lista de filmes
Que não veríamos mesmo
Nessa vida

Para debaixo do tapete
Tudo volta
Soprado pelo vento
Que passa por essa porta aberta
Tudo se recolhe
À escuridão de nossas vistas
 
E se não digo adeus
É por que você se perdeu
E eu fui apenas ali comprar cigarros.

Angelo A. P. Nascimento
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