Eu tenho os teus olhos
Teu beijo
E teu retardo
Tuas provocações
Que me ignoram
E ainda assim me recitam
À tua revelia
Eu tenho
A tuas palavras não ditas
No teu silêncio insistente
Branca flor
Eu tenho esse amor
Em tempo frustro
Que te cria espanto
Em roseirais
Frios e sem capacidade
De se dar em perfume
Eu tenho a noite inteira
Para te pensar
O dia inteiro para te assombrar
E uma cidade inteira
De avenidas a nos cruzar
Nós temos jogos remotos
Balas perdidas
Abraços
E facadas
E eu tenho sangue nas mãos
Que escorre em poças
Nas quais pisas e afundas
E quanto mais te debates
Mais parece
Nos afogar
[Apenas respire fundo]
Angelo A. P. Nascimento
6 comentários:
O que eu posso dizer desse poema...é maravilhoso!
Tens o dom da poesia.
Abraços da Mery.
Bonito de norte a sul! Vale um tweet!
Um beijo.
Uh, respirei mesmo, tamanha beleza de poema!
Olha só garimpando pelos blogs a fora encontrei este com o nome bem engraçado, entrei e adorei o que vi, estou a te seguir beijos meus
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nem sei o que dizer...
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