sexta-feira, 22 de julho de 2011

Madrugadas



Eu me perco em insônias
Nas minhas cores de madrugadas
Nos meu quereres sabidos
Ainda que não queridos

E eu te vejo
Embora não passes
Eu te escuto
Embora te cales
E eu te chamo
Embora não ouças

E toda essa frágil farsa
É um desalento de alma
Porque ainda tenho medo do escuro
Que é viver sem sua luz

É de mim
Que todo o amor tenta partir
É em mim
Que se espreme
O que não pode se expandir

E nenhuma palavra
Nenhuma frase
Verso
Poema
Canção
Ou o desmitificado amor sincero
Foi suficiente
Para dizer que fiques
Ou para te impedir de irdes

E continuamos
Curvados nos sentidos
E sobre os anos em que tentamos voar
E continuamos
Secando em desenganos
Colecionando troféus
Contas de orgulho, tristeza e fel

Tenho tantos estilhaços
Favor recolher
Os que lhe pertencem
Pois alguns pesam
Outros cortam
Outros estranhamente me dão prazer.

Angelo A. P. Nascimento

4 comentários:

Paulo Roberto Figueiredo Braccini - Bratz disse...

estranhamente alguns estilhaços no dão prazer ... vai entender né?

Luna Sanchez disse...

O problema das "partidas" é justamente esse : as pessoas não vão inteiras, fica muito delas em nós. E recolher esses pedacinhos dá um trabaaaaaalho...

Um beijo.

Dil Santos disse...

Oi Ângelo, tudo bem?
Como disse minha amiga Luna acima, o difícil é juntar todos, pois sempre nos restam alguns escondidos nos cantinhos.
Pois é menino, quando piscamos o tempo passou e nem percebemos. Por isso mesmo é importante sempre dizer as pessoas das quais amamos o quanto gostamos dela, pois nunca sabemos se teremos um outra chance depois.
Abraços

Folhetim Cultural disse...

Olá sou Magno Oliveira responsável pelo Blog Folhetim Cultural, convido lhe hoje a conhecer o nosso blog, que tem além de notícias, tem também atrações culturais. Como poesia, contos, crônicas e muito mais...
Conto com sua visita no nosso espaço.

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