Eu passarei decênios
No abandono do seu amor
Como triste homem
Sem lume no peito
Serei eu
Deitado na varanda
Na esperança
De chover seu cheiro
E poder me espraiar pela grama
E os anos
Meu aniversários
Sem teus braços
Me levarão
Até mancarem
Meus pés e sentimentos
Até o amor fenecer
Em seu leito
Sem, no entanto
Apagar da minha lembrança
Seu rosto encantado.
[Hei de amar-te sem ecos...]
Angelo A. P. Nascimento