domingo, 27 de setembro de 2009

Vazio

Vazio...
Quantos nomes já te deram
Imensurável substantivo
No intuito
De definir o teu vácuo
Doloroso e indefinível?

O que confinas
No teu corpo etéreo
Onde a luz
Mesmo ela se perde?

Vazio...
Onde tudo há de imenso
Onde o tudo a nada se resume
Onde a vida perde o lume
Onde estou
Sem receber o teu amor.

Angelo A. P. Nascimento
(22 de janeiro de 2001)

quinta-feira, 24 de setembro de 2009

Retratação

Meus caros,
Desculpem-me a ausência. Sei que ando falho comigo mesmo e com aqueles amigos que aqui fiz, mas acreditem, as correrias me impedem a presença tanto quanto eu gostaria. Às vezes, enquanto estou sozinho no carro, vejo-me com alguns estalos ótimos para escrever, mas, como não tenho como registrar, tudo acaba se perdendo, diluindo-se ao longo das tantas coisas do dia.
Tenho escrito pouco, mas tenho vivido muito outras experiências. Quem sabe elas não rendem novos textos ou novas poesias? Ando reformulando pensamentos e atitudes e quero, em breve, poder falar de novas fases que sempre são antecedidas por esses momentos de confusão e desordem. Até o amor vem do caos e sei que vem vindo um sem tamanho por aí (tomara!).
Nesse embaraço todo, meu pâncreas acabou revirado. Dias estava na cabeça, dias estava no peito, dias estava no lugar calmo de sempre do abdome. Mas bola para frente. Força e coragem para todos nós.
Comentarei os blogs amigos. Saudades de todas as palavras, textos e conselhos.

Abraços a todos.
Beijos a quem merece.

Angelo A. P. Nascimento

O amor que não adormece

Hoje é noite por todos os lados
E apenas busco por algo
Que fagulhe na escuridão.

Espero o sono em vão
E conto carneiros e cavalos
E trinco músicas infantis que ninem
Lembro de calores antigos
Faço orações que sempre terminam
Com pedidos pagãos.

Mas nada remove essa sombra em mim
Nem mesmo a madrugada que se expira
Nem mesmo as luzes todas acesas da casa.

Nada no breu se move,
Exceto o seu cheiro que passeia solto.

Insisto e apenas deito,
Acalentando um amor que não adormece.

Angelo A. P. Nascimento

domingo, 6 de setembro de 2009

Oração por quem se ama

Eu já publiquei esse poema aqui, no início do blog, pois foi um dos primeiros resgates que fiz das coisas que escrevi em tempos idos.
Apesar de recitá-lo todo o tempo no silêncio do coração ou baixinho, entre os dentes, resolvi replubicá-lo, pois é setembro e meu corpo resolveu fazer coro.

Deus abençoe a sua pele branca,
Os seus cabelos,
Os seus pêlos,
Os seus dedos tão vivos.

Deus abençoe a sua saliva,
Seu riso desmedido,
Sua expressão de criança
E a sua maneira simples de olhar.

Deus abençoe suas pernas,
Seus joelhos e
Sua barriga trêmula a minha língua.

Deus abençoe esse rosto sereno,
Esse sono intrigante e inocente,
Esse corpo de sossego,
O seu cheiro,
Esses lençóis e esses travesseiros.

Deus abençoe essa minha noturna travessia...

Angelo A. P. Nascimento
(2005)
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